domingo, 29 de junho de 2008

Pula a fogueira Iaiá!

Tô meio atrasada pra falar desse assunto, mas vou falar assim mesmo.
Semana passada teve festa no Arraial. Vários anúncios de bandas de forró, um palco montado no campo, barraquinhas... pensei que ia curtir uma festa de São João típica do Nordeste. Mas me enganei.
Esqueci que Arraial d'Ajuda não fica no Nordeste. É um bairro do Rio. Pelo menos a festa tava igualzinha às que acontecem nas ruas do Rio nessa época, só trocando o funk pelas bandas de forró.
Eu tava doida pra comer pé-de-moleque, bolo de fubá, tomar quentão, ganhar uma prenda na barraquinha da pescaria... e nada. A coisa mais típica que tinha na festa era eu, com minha camisa xadrez.
Pra não dizer que não tinha nada, tinha um quentão ruim, e uma fogueira mixuruca. E na praça da Igreja tinha uma quadrilha da terceira idade... animadão...
Fomos pra casa dormir. Ou tentar... porque o show dos Chatos do Forró ecoou por toda a cidade nos 5 dias de festa.

Os sem-floresta

E o animal de hoje é: O Gambá! Este incompreendido.

Tem um morando no forro lá de casa. Aliás, o telhado dessa casa anda muito movimentado. Estaria tudo bem se ele se contentasse com a estadia gratuita, mas o bicho é abusado e quer pensão completa. Sei que ele está apenas tentando sobreviver neste mundo cruel, mas eu não sou o Capitão-Planeta, então, no que depender de mim, ele vai ter que continuar procurando alimento no que sobrou de mata nas redondezas.
Meu ecológico marido, no primeiro contato que teve com o bicho, achou até bonitinho ver ele comendo a ração do nosso gatinho. Mas eu não. Meu gatinho paga a ração dele com os ronronados, miados, e rolamentos fofos. O Gambá vai rolar no chão e ficar de barriga pra cima pedindo carinho? Acho que não.
Mas no segundo encontro até o marido mudou de opinião. A cena do Gambá segurando o pote de ração e rosnando para o nosso gato deixou ele furioso. Você entendeu direito. O Gambá rosnou para o nosso gato!!!
Jorge Amado, gato criado em apartamento, que nunca passou fome na vida, olhava pro Gambá curioso. nem reagiu. Acho que ele tá virando socialista. Ele sabe que dentro do armário tem um pote cheio, além de umas latinhas de atum. Então, o que que tem deixar aquele pobre sem-teto comer um pouquinho? Esse lado socialista dele está começando a nos preocupar. Outro dia era o Gato Amarelo que tava lá fazendo uma boquinha, agora o Gambá... daqui a pouco vai ter fila de bichinhos carentes na nossa porta, querendo o Sopão do Jorge Amado.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

O baiano da piada

A imagem que as pessoas que moram abaixo do Espírito Santo têm dos baianos é a de que eles são muito preguiçosos. A mídia contribui. Sempre lembro de um quadro do TV Pirata em que um baiano deitado na rede puxa uma cordinha que faz descer até ele uma fatia de melancia (posso estar ficando velha, mas a memória tá boa).
Mas acho que isso não é verdade não. Tenho encontrado aqui muita gente que rala, e muito. E sempre sorrindo. Tem a Leu, que me ajuda em casa. Tem o Adauto, que é um faz-tudo-bem-feito. Tem os atendentes dos bares e restaurante, sempre eficientes. E como são caprichosos. E honestos.
Claro que já encontrei uns fura-olho por aqui. Mas isso tem em todo lugar. Espero que, como no resto do Brasil, eles continuem sendo minoria.

Família Adams

Sabe o irmão que foi alvo de inveja no post aí de baixo? Pois ele é um homem muito bom. Vejam o depoimento da esposa dele:

- Outro dia ele trouxe pra casa o dinheiro da venda de uns bois, e colocou numa sacola de papel embaixo da cama, mas não me avisou nada. No dia seguinte, fui fazer uma arrumação, e acabei jogando fora a sacola. Mas ele é um homem muito bom. Ele nem me bateu. Se fosse outro, nem sei o que seria de mim.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Chuta, que é macumba!!!

o sujeito, perguntado sobre a saúde do irmão, responde:

- Da saúde dele eu não sei. Só sei que ele está com um carro melhor do que o meu na garagem.

Eu, hein!

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Que bicho é esse?


Se você, como eu, foi criado num apartamento no Rio de Janeiro, soltou pipa no ventilador, e jogou bolinha-de-gude no tapete, vai achar que é um rato.
Eu também achei quando vi um passando perto da janela do escritório. Levei um baita susto!!! O bicho era grande, metade do tamanho do Jorge, que vinha logo atrás, todo curioso. Liguei até pro marido, que é o que toda mocinha em apuros faria, mas ele não pôde vir me salvar de imediato, porque estava na balsa. E agora, quem poderá me defender? Como o Chapolin Colorado também não apareceu, fiz a única coisa que eu podia fazer pra me defender da ameaça: gritar! Mentira, eu não gritei não... até porque o danado subiu numa árvore, e sumiu no telhado do vizinho. Mas que deu vontade, deu.
Pra aliviar a tensão, fui conversar com os vizinhos. Foi aí que eu descobri que isso aí não é um rato. É um Jupatí, ou Cuíca, ou Metachirus nudicaudatus. Segundo a vizinha, ele pode ser meu amiguinho. E o Google disse que ele come insetos. Mas quer saber, eu não acredito!!! Pra mim, ele vai continuar sendo um rato feio e malvado. E se ele aparecer aqui de novo, eu grito, e subo numa cadeira.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Limbo s.m. = estado vago

Acho que esta é a palavra que me define no momento. Saí do Rio, mas ainda não cheguei de vez à Bahia.
Este último fim de semana serviu para reforçar esta sensação. Será que, se for preciso, vou me adaptar de novo ao Rio? Que cidade caótica!!! No metrô, um mar de gente, em vez de chão. Num sábado, trânsito pesado na Avenida Brasil. E que frio!!! Isso é vida? Deve ser... afinal eu vivi meus útimos 31 anos lá. E olha que eu gostava. Quer dizer, gosto. Será que gosto???
Ai Jesus! Quem mandou nascer libriana...
Estou gostando de morar numa cidade que não tem um sinal de trãnsito sequer, que não tem engarrafamento, que tem praia logo ali, e onde posso morar numa casa espaçosa, em vez de em um prédio com 220 apartamentos de 40m2.
Gosto de curtir o programão de domingo, que é esperar dar 16:30h pra ir na banca comprar o jornal que só chega às 16h e será lido na sorveteria, onde fico indecisa entre cereja e chocolate amargo x ameixa e coco, ou qualquer uma das outras mil combinações possíveis a R$3,50.
Mas queria ter a opção de ir ao shopping ou ao cinema, ou ir almoçar na casa da minha mãe, ou encontrar com os amigos, ou, ou, ou... sem ter que pegar 2 aviões e desembolsar uma pequena fortuna para isso.
Eu sei que tenho muita muita muita sorte, e nenhum motivo pra reclamar da vida. Mas quem inventou que não se pode ter tudo era uma pessoa muito chata, sem-noção, sem assunto, desocupada, feia, boba, cara-de-melão!!!
Será que não dava pra criar no Rio um bairro tipo Arraial d'Ajuda, isolado por um rio e uma balsa, com uma floresta por perto pro meu marido trabalhar? Ou será que não dava para todos os meus amigos e parentes irem morar em Arraial d'Ajuda, e abrir lá uma filial do Rio Sul??? Será que eu tô pedindo muito??? Pôxa, gente... não custa nada...